Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Pesquisadores do CEAR trabalham no desenvolvimento de vestimenta para monitorar saúde de idosos
conteúdo

Notícias

Pesquisadores do CEAR trabalham no desenvolvimento de vestimenta para monitorar saúde de idosos

publicado: 03/11/2025 09h54, última modificação: 03/11/2025 10h02
Projeto desenvolvido por meio da Unidade Embrapii-CEAR tem como objetivo facilitar o trabalho do profissional cuidador de idosos

Foto: Aline Lins

Um projeto do Centro de Energias Alternativas e Renováveis da Universidade Federal da Paraíba (CEAR/UFPB), desenvolvido por meio de sua Unidade Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), tem como objetivo a criação de uma vestimenta viável energeticamente para monitoramento da condição física de idosos, ou seja, monitoramento dos seus sinais corpóreos com foco na saúde desse público. Denominado projeto Vestimenta, a solução computacional é objeto de pesquisa de professores, técnicos e estudantes há cerca de cinco meses, no CEAR. 

O intuito dos pesquisadores envolvidos nesse projeto é que as informações coletadas, como temperatura corporal, umidade da fralda, batimentos cardíacos e pressão sanguínea sejam transmitidas aos cuidadores ou familiares dos idosos por meio de um sistema de monitoramento. Além desses dados, o sistema também poderá detectar uma eventual queda do idoso por meio do movimento brusco do corpo. 

Coordenador do projeto, o professor Flávio da Silva Vitorino Gomes, do Departamento de Engenharia de Energias Renováveis, explicou que a proposta de desenvolver essa inovação, por meio de uma parceria, foi apresentada ao CEAR pela empresa Inovacubo Tecnologia LTDA, startup que teve projeto aprovado no Edital Nº 23/2024 – SECTIES/FAPESQ/PB Terceira Chamada – Desafios Tecnológicos e Inovação – Conectando Startups – Economia da Longevidade. 

“Eles trouxeram uma ideia já prototipada que nasceu no âmbito de um trabalho de um curso tecnológico e a ideia é criar uma vestimenta computacional para monitorar dados biológicos com foco em idosos, de forma minimamente invasiva, porque um dos critérios é conforto, e que nós consigamos entregar essa informação para o cuidador. A ideia é que essa solução facilite o trabalho desse profissional”, contou o professor Flávio da Silva Vitorino Gomes.

A equipe está iniciando, agora, a fase de criação de um protótipo, com previsão de finalização no primeiro semestre de 2026. O tipo de peça de vestimenta está sendo estudado considerando justamente esse critério do conforto, uma vez que o idoso tanto pode se encontrar acamado quanto pode estar ativo, e a intenção dos responsáveis pelo projeto é que a roupa não incomode o usuário. 

Além disso, para o desenvolvimento dessa solução, será monitorado o status da bateria e do consumo de energia com foco na maximização da eficiência do sistema e redução do consumo energético, já que a vestimenta será alimentada por uma bateria. Dessa forma, o projeto tem como objetivo desenvolver o sistema eletrônico, realizar testes de desempenho, confeccionar a vestimenta, realizar testes de usabilidade em idosos e fazer a depuração final da solução. 

Também integram o projeto o professor José Maurício Ramos de Souza Neto, do Departamento de Engenharia Elétrica, Sidneia Lira Cavalcante, coordenadora de Gestão de Projetos da Unidade Embrapii/CEAR, Beatriz Oliveira, integrante da equipe de suporte à Gestão de Projetos da Embrapii/CEAR, além de técnicos e estudantes de graduação e de pós-graduação. 

“Encarar os desafios tecnológicos no cenário atual exige a integração contínua entre pesquisa e inovação, e por meio desse projeto tivemos a oportunidade de contribuir com nossas expertises em otimização de energia. É nesse cenário que a Unidade Embrapii CEAR-UFPB atua, transformando conhecimento em soluções reais que promovem eficiência, qualidade e impacto positivo na sociedade, fortalecendo o ecossistema de inovação do país”, disse Beatriz Oliveira.

Entre os maiores desafios enfrentados pela equipe de pesquisadores, estão a busca por desenvolver um equipamento de baixo custo, assim como a redução do consumo energético da bateria. Embora o projeto tenha surgido com a ideia do público-alvo inicial serem idosos, o professor Flávio da Silva Vitorino Gomes não descarta outras possibilidades: uma linha cogitada pela empresa que solicitou a solução é futuramente focar também no público fitness, usando o sistema para o monitoramento de atletas.

***

Texto e fotos: Aline Lins