Notícias
CEAR realiza palestra em alusão ao Setembro Amarelo para promover saúde mental e debater prevenção ao suicídio
“Falar é o primeiro passo para prevenir o suicídio”, afirma a psicóloga e terapeuta cognitivo-comportamental Isabelle Gomes Oliveira, que ministrou palestra para estudantes, docentes e técnicos administrativos do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), nesta sexta-feira (26), no auditório Cleantho da Câmara Torres, dentro das atividades do Setembro Amarelo, em que se busca discutir sobre saúde mental.
O evento, cuja abertura foi realizada pelo vice-diretor do CEAR, professor Marçal Rosas Filho, teve o apoio da Direção do Centro para promover o conhecimento e incentivar ações de saúde mental entre os membros da comunidade acadêmica. Após a apresentação, os participantes interagiram com a palestrante por meio de perguntas e debates sobre o assunto.
Durante a palestra, Isabelle mencionou o fato do suicídio ser também um problema de saúde pública, pois mais de 720 mil pessoas morrem por esta causa anualmente, conforme dados de 2025 da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda segundo os números da OMS, o suicídio é influenciado por diversas razões, entre elas fatores sociais, culturais, biológicos, psicológicos e ambientais.
Além disso, é importante observar que os jovens e adolescentes estão entre os grupos mais vulneráveis por causa de fatores como pressão acadêmica, propensão a comportamentos impulsivos e mudanças pessoais. Além deles, também são vulneráveis idosos, entre outros motivos pelo isolamento social e doenças crônicas e incapacitantes, e pessoas LGBTQIA+, por causa do preconceito, discriminação e violência que enfrentam.
Diante desse cenário, a psicóloga Isabelle Gomes Oliveira entende que compartilhar o conhecimento sobre o tema pode salvar vidas, uma vez que reduz o estigma, abre espaço para o diálogo e facilita o acesso à ajuda. Para a profissional, a principal dificuldade para tratar sobre esse tema é o estigma em torno dele e, consequentemente, o preconceito. Sobretudo, pelo fato de que cuidar da saúde mental ainda não é uma prioridade para muitas pessoas que extrapolam seus limites em busca da alta performance ou para atender a padrões ou expectativas da sociedade, ou à sua própria cobrança pessoal.
“Embora tenha melhorado de uns anos para cá, cuidar da saúde mental ainda não é a prioridade principal das pessoas. Prioriza-se cuidar do corpo, do trabalho, dos estudos, mas não se prioriza cuidar da saúde mental, estabelecer limites, reconhecer as nossas vulnerabilidades, até onde nosso corpo e mente aguentam”, explicou a psicóloga.
Nesse aspecto, segundo a especialista, é importante identificar fatores de risco, como depressão e outros transtornos mentais, histórico familiar, uso abusivo de álcool ou drogas, condições de saúde graves ou crônicas, estresse relacionado à esfera profissional, bullying, entre outros; e oferecer apoio para aqueles que apresentem algum sofrimento emocional ou psíquico, orientando procurar apoio profissional, se necessário. Conforme Isabelle, é importante conversar com as pessoas para saber como elas de fato estão, e é preciso exercitar a empatia, o respeito e a compaixão.
***
Texto: Aline Lins
Fotos: Clemente Ricardo Silva